mardi 31 août 2010

An appeal of Iranians political prisoners to President Lula

While browsing the web, searching information on Sakineh Muhammadi Ashtiani, I was surprised to find this appeal of Iranian political prisoners, intended to Lula, the Brazilian president. I had a disturbed half hour: This cry plunged me in agonies of my own past (and that of Lula also!): I told myself that this cry could be mine in the worst hours of Brazilian dictatorship. Therefore, without knowing its authors, I decided to translate it from English to French and, naturally, into Portuguese, so its content will maybe reaches to the president of Brazil. The reader will find the original
here


Below signatories, Unionist and members of labor syndicates of Iran, who are in prison because of their mobilization and activities in defense of labor rights and demands for better working conditions, send to the Brazilian nation and your kind self their deepest regards.
We are aware and proud of your past activities and struggle for the improvement of light for the Brazilian masses, especially advancement of labor rights and conditions. Your activities as the leader of the shoe maker syndicate [sic!] in coordination with other Brazilian workers federation in support Universal Human Rights Declaration and international workers rights are widely acknowledge within the Iranian workers syndicates and the oppressed labor movement in Iran.
We have recently learned that your Excellency has taken moral and human steps to save an Iranian mother on the death raw. This gesture has touched millions of Iranian men and women. And once again has made the Iran unionist very proud of you.
As a friend of the Iranian nation and the government of Iran, you are able and capable to assert pressure on the Iranian officials to either forgive the Iranian death row mother or to accept your offer of political asylum to her.
On the other hand, many more Iranian prisoners who are innocent labor activist, Union and syndicate members are serving time in Iranian prisons. Their only crime is their desire to strengthen the union movement in Iran in support of justice for labor.
They as well look upon you to use your influence to free them from prison. These prisoners are members of the international labor organization and others international organization such as WCUT and IVTF, Human right activities and journalists, members of the International Journalists federation and Reporters without frontiers, international education and Teachers federation, and members of international transportation federation.
The signatories of the open letter who are spending unjust prison terms look upon your solidarity and sincere efforts toward their request.
Last but not least, we request from you kindly give your heart warm regards to the hard working people of Brazil. And we hope the solidarity of our two nations serve the interests of global peace and prosperity for all.
Long live global peace, freedom, justice and democracy.
A list of the prisoners supporting this letter is included
M Osanloo, member of IFT
H Tabarzad, member of IDF
K Bodaghi, member of IEO
R Rafie, member IJF
E SharKhiz, member of IJF

Appel de prisonniers politiques iraniens au président Lula

En faisant une recherche sur internet à propos de Sakineh Muhammadi Ashtiani, j’ai eu la surprise de tomber sur cet appel de prisonniers politiques iraniens, destiné à Lula, président du Brésil. J’ai eu un mauvais quart d’heure. Ce cri m’a renvoyé dans les affres de mon propre passé (et celui de Lula aussi !) : je me suis dit que ce cri aurait pu être le mien aux pires moments de la dictature brésilienne. C’est pourquoi, sans connaître ses auteurs, j’ai décidé de le traduire de l’anglais au français et, naturellement, en portugais, pour que sa teneur puisse, peut-être, arriver au président du Brésil. Le lecteur trouvera le texte original :
Ici

Nous soussignés, responsables syndicaux en Iran ou simples militants emprisonnés en raison de nos mobilisations et nos activités pour les droits ouvriers et en faveur de meilleures conditions de travail, envoyons à la nation brésilienne et à vous-même nos meilleures salutations.
Nous connaissons et sommes fiers de votre passé de lutte pour le progrès du peuple brésilien, plus spécialement pour les droits des travailleurs. Vos activités en tant que leader du syndicat des ouvriers de la chaussure [*sic !], en collaboration avec d’autres fédérations syndicales, pour la Déclaration Universelle des Droits de l’Homme et pour les droits des travailleurs à l’échelle international sont largement connues en Iran des syndicats des travailleurs et du mouvement ouvrier clandestin.
Nous savons que vous avez récemment pris des mesures morales et humaines pour sauver une mère iranienne d’une mort cruelle [*Il s’agit de Sakineh Muhammadi Ashtiani, condamnée à la lapidation pour crime d’adultère]. Ce geste a touché des millions d’iraniens, hommes et femmes. Et, une fois encore, a rendu les syndicalistes iraniens très fiers de vous.
En tant qu’ami de la nation iranienne, vous pouvez et vous devez faire pression sur le gouvernement iranien pour qu’il gracie cette femme qui se trouve dans le couloir de la mort et pour qu’il accepte votre offre d’asile politique pour elle.
D’autre part, beaucoup d’iraniens qui purgent actuellement des peines de prison ne sont que d’innocents militants ou dirigeants syndicaux. Leur seul crime est celui d’œuvrer au renforcement du mouvement syndical en faveur de la justice du travail. Ils souhaitent aussi que vous usiez de votre influence pour les libérer.
Ces prisonniers appartiennent à l’Organisation International du Travail e à d’autres organisations internationales comme la WCUT et l’IVTF, ou sont militants des Droits de l’Homme, des journalistes de la Fédération Internationale des Journalistes ou de Reporters Sans Frontières, des professeurs de la Fédération Internationale de l’Education ou membres de Fédération Internationale des Transports.
Enfin, nous vous demandons de présenter aux travailleurs du Brésil nos meilleurs vœux, et nous souhaitons que la solidarité entre nos deux nations serve les intérêts de la paix et de la prospérité dans le monde.
Vivent la Paix, la Liberté, la Justice et la Démocratie.
Dans la liste des prisonniers signataires, figurent :
Mansour Osanloo, Heshmatollah Tabarzadi, Rasoul Bodaghi, Reza Rafie, Isa Saharkhiz

Apelo de prisioneiros politicos ao presidente Lula

Pesquisando na internet a respeito de Sakineh Muhammad Astiani, tive a surpresa de encontrar esse apelo de prisioneiros políticos iranianos, destinado ao Lula, presidente do Brasil. Passei por um mau momento. Esse grito angustiado fez-me lembrar o inferno do meu próprio passado (e o do Lula também!): pensei de mim para mim que tal poderia ter sido o meu grito durante os piores momentos da ditadura brasileira. Eis porque, sem conhecer os autores, decidi traduzi-lo do inglês para o francês e, naturalmente, para o português, para que o seu conteúdo possa, eventualmente, chegar ao presidente do Brasil. O leitor encontrará aqui o original:
Aqui


Nós, abaixo-assinados, responsáveis sindicais no Irão ou simples militantes, encarcerados por causa de mobilizações e de atividades em favor de direitos trabalhistas e de melhores condições de trabalho, enviamos à nação brasileira e a sua Excelência nossos melhores votos.
Conhecemos e temos orgulho do seu passado de luta pelo progresso do povo brasileiro, especialmente pelos direitos laborais. Suas atividades de líder do sindicato dos trabalhadores do calçado [*sic!], em coordenação com outras federações sindicais brasileiras, tanto em favor da Declaração Universal dos Direitos do Homem quanto dos direitos trabalhistas no mundo são amplamente conhecidas nos sindicatos operários e no movimento clandestino do Irão.
Sabemos que, recentemente, a sua Excelência, tomou medidas morais e humanas em favor de uma mãe iraniana destinada a uma morte atroz [*Trata-se de Sakineh Muhammad Ashtiani, condenada a lapidação por crime de adultério]. Esse gesto comoveu milhões de iranianos, homens e mulheres. E, mais uma vez, os sindicalistas iranianos ficaram orgulhosos do senhor.
Como amigo da nação iraniana, o senhor pode e deve fazer pressão no governo iraniano não somente para que ele perdoe essa mulher que está no corredor da morte mas como aceite sua proposta de asilo para ela.
Por outro lado, muitos iranianos inocentes, líderes sindicais ou simples militantes trabalhistas, estão expiando penas de prisão por um só crime: o desejo de fortalecer o movimento sindical no Irão e defender o direito dos trabalhadores.
Eles também pedem que o senhor use a sua influencia para obter a liberação deles. Esses prisioneiros pertencem à Organização Internacional do Trabalho e a organizações internacionais como a WCUT e IVTF. Eles são militantes dos Direitos do Homem, jornalistas da Federação Internacional dos Jornalistas ou de Repórteres Sem Fronteiras, professores da Federação Internacional da Educação, membros da Federação Internacional de Transportes... Os abaixo-assinados expiam penas injustas de prisão e pedem a sua solidariedade e um esforço sincero em favor deles.
Enfim, por seu intermediário, gostaríamos de transmitir ao povo trabalhador do Brasil nossas calorosas saudações. Esperamos que a solidariedade de nossas duas nações possa contribuir para a paz e a prosperidade no mundo.
Viva a Paz, a Liberdade a Justiça e a Democracia.
Na liste de prisioneiros encontram-se:
Mansour Osanloo, Heshmatollah Tabarzadi, Rasoul Bodaghi, Reza Rafie, Isa Saharkhiz

samedi 21 août 2010

La Xénophobie en Europe

Depuis un certain temps, une inquiétante vague raciste hante la France, la dernière cible étant la communauté Rom. Mais le danger vient aussi d'Angleterre, comme le révèle cet article sous forme de "lettre" d'une Troupe de théâtre brésilienne à Londres. L'original (en portugais) de cette lettre se trouve ici: Teatro da Curva


"Il ya environ six mois, notre Troupe - Teatro da Curva - a reçu une invitation du Camden Fringe Festival de Londres pour présenter, « L’optimisme », une adaptation de Voltaire par Ralph Maizza. Nous avons créé ce spectacle en 2008 et pendant deux ans nous l’avons joué pendant trois saisons. Cette invitation sonnait donc une récompense pour un spectacle réalisé avec peu de moyens, mais avec cependant dévouement, professionnalisme et amour. Au cours de ces six mois, nous avons travaillé sans relâche à la collecte de fonds pour financer notre voyage pour lequel aucune rémunération n'était prévue, mais seulement un échange culturel. Nous avons réussi à collecter la somme nécessaire et à adapter notre spectacle pour le public anglais afin de lui permettre d’appréhender le texte sans que celui-ci perde de son essence.
Enfin, nous avons rassemblé tous les papiers exigés par les services de l'immigration anglais en suivant les directives du Festival qui nous a, d’ailleurs, envoyé une lettre d’invitation, où figuraient les noms de chaque participant. Endettés, nous avons reçu les encouragements des amis et des proches et nous avons embarqués vers la concrétisation de nos rêves et de nos espoirs. Après un long voyage de 12 heures, nous sommes arrivés sur le sol anglais fatigués mais enthousiastes et heureux. Au premier abord, nous avons été accueillis chaleureusement par les responsables de l'Immigration anglaise. Nous leur avons présenté tous les documents obligatoires, fourni les explications nécessaires et avons été honnêtes et clairs sur nos objectifs en Angleterre : nous leur avons livré donc nos passeports, montré la lettre d'invitation, les billets aller-retour, indiqué l’adresse de notre séjour figurant sur le certificat d’hébergement et prouvé que nous avions une somme en libres largement suffisante pour couvrir nos besoins durant notre séjour de 10 jours…
Alors que l'agent de l’Immigration inspectait ces documents, nous avons été conduits vers une pièce annexe où nos bagages ont été fouillés. Tout ceci de manière aimable, mais entrecoupé de questions et d’attitudes d’intimidation (un exemple de cet abus d’autorité est une demande de traduction d’une lettre de la mère d’un des acteurs lui souhaitant un « bon voyage »). Au bout de cinq heures de tromperie, pendant lesquelles les agents de l'Immigration nous assuraient que nous subissions la procédure normale pour entrer sur le territoire anglais, nous avons été informés de notre interdiction de séjour. Les services de l’immigration allégeaient que le Festival manquait de reconnaissance officiel et qu’il n’avait donc pas le droit de nous inviter. Par conséquent, nous avions besoin d'un visa de travail. Cependant, d’après le site officiel pour l’immigration à Londres (où l’on ne trouve aucune liste des Festivals officiels), des touristes et des artistes qui ne perçoivent pas de rémunération sont dispensés de visa de travail pour une période de dix jours. Lorsque nous avons rappelé ce fait à l’officier de l’Immigration, il nous a répondu avec cynisme et suffisance que nous pouvions entrer dans le pays en qualité de touristes, mais pas ce jour-là, qu’il fallait revenir le lendemain. Entretemps, des responsables du festival et des manifestants qui se trouvaient à l’aéroport confirmaient l’exactitude de nos dires, expliquaient les raisons de l’absence malencontreuse du papier de reconnaissance du Festival, et rappelaient que notre situation était parfaitement légale. L’Immigration, avec son radicalisme et sa xénophobie, ne nous a pas permis de les rencontrer. A partir de cet instant, la cordialité des agents britanniques s’est transformée en hostilité d’autant plus injuste qu’ils avaient affaire à des artistes (touristes) avec les papiers en règle, qui n’avaient commis aucun délit : ils prirent nos empreintes digitales et nos photos. Le droit de refuser nous a été nié de manière grossière et menaçante. Ils ont alors procédé à une nouvelle fouille, agressive, sans explication. Des agents de sécurité ont été appelés pour prévenir toute rébellion, alors que nous voulions seulement dialoguer pour essayer de comprendre ce qui nous arrivait. On nous a refusé de prendre une douche, de changer de vêtement, et vertement même de fumer une cigarette ainsi que de communiquer avec notre productrice locale Nos téléphones ont été saisis pour nous empêcher de prendre des photos. Ensuite, jusqu’à notre embarquement, nous avons été flanqués d’agents de sécurité qui veillaient à ce que nous n’ouvrions pas nos bagages. Ils nous ont parqués dans la zone d’embarquement devant tous les autres passagers jusqu’à la fin des formalités. Honteux et oppressés, nous avons embarqué tandis que les agents de sécurité anglais nous disaient des « tchaus » cyniques accompagnés de sourires sarcastiques.
(…)
Nous écrivons cette lettre pour clarifier des faits, pour qu’il ne subsiste aucun doute, ni distorsion sur les événements. Surtout, nous soulignons que notre but n'est pas d’obtenir un dédommagement financier, mais seulement d’exprimer notre tristesse, notre indignation et notre sensation d'impuissance : nous avons ressenti de la honte alors que nous n’avions rien fait de mal, de même que nous avons l’impression d’avoir échoué, d’avoir été humiliés alors même que nous n’avions pas failli. Il est impossible de décrire le sentiment de rejet et d'injustice que nous avons vécu gratuitement. Et par-dessus tout nous voulons rendre justice à notre dignité. Il est temps de lutter résolument contre la xénophobie et revendiquer nos droits de citoyens du monde et d’artistes.
Teatro da Curva
Celso Melez, Didio Perini, Flávia Tápias, Leandro D’Errico, Mariana Blanski, Ralph Maizza, Reynaldo Thomaz, Ricardo Gelli, Tadeu Pinheiro e Walter Figueiredo."

A xenofobia na Europa

De um tempo para cá, uma inquietante onda racista assola a França, o ultimo alvo vem sendo a comunidade cigana Mas o perigo também vem da Inglaterra, como prova esse artigo sob forma de "carta" de um grupo teatral brasileiro em Londres.
O original dessa carta encontra-se aqui: Teatro da Curva



QUARTA-FEIRA, 18 DE AGOSTO DE 2010
SOBRE O OCORRIDO EM LONDRES
Queridos amigos
Há aproximadamente 6 meses, a nossa Companhia – Teatro da Curva – recebeu um convite do Camden Fringe Festival , de Londres, para apresentar o espetáculo “Otimismo”, de Voltaire, adaptação de Ralph Maizza. Estreamos esse espetáculo em 2008 e ao longo de 2 anos fizemos 3 temporadas. Esse convite representou a expansão e coroação de um espetáculo realizado com poucos recursos, mas com muita dedicação, profissionalismo e amor. Durante esses 6 meses, trabalhamos continuamente e intensamente no levantamento de recursos afim de financiar a nossa viagem, visto que não haveria remuneração financeira, e sim apenas o intercâmbio cultural. Levantamos a verba necessária e adaptamos o nosso espetáculo para atender às necessidades do público inglês, de forma a proporcionar uma ampla compreensão do texto encenado, sem que o mesmo perdesse a sua essência.
Enfim, reunimos toda a documentação necessária de acordo com a legislação da imigração inglesa e seguindo orientação do Festival, que inclusive nos enviou uma carta convite, constando o nome de todos os envolvidos, para que a mesma fosse apresentada na imigração. Nos endividamos, recebemos o apoio de amigos, familiares e classe artística, e embarcamos rumo à concretização dos nossos sonhos e expectativas. Após uma longa viagem de 12 horas, chegamos cansados, porém muito empolgados e felizes, em solo inglês. Num primeiro momento, fomos recebidos cordialmente pelos agentes da imigração inglesa. Apresentamos todos os documentos necessários, demos as devidas explicações e fomos sinceros e claros quanto aos nossos objetivos em território inglês. Entregamos ao oficial nossos passaportes, a carta convite, as passagens de ida e de volta, o endereço no qual ficaríamos hospedados com carta de acomodação e informamos o quanto possuíamos em libras, quantia essa mais do que suficiente para bancar a nossa permanência em Londres durante os 10 dias de viagem.
Enquanto o oficial da imigração checava toda a documentação apresentada, fomos conduzidos a outra sala, onde nos revistaram e também as nossas bagagens, tudo de maneira cordial, porém, com algumas perguntas evasivas e atitudes invasivas (como, por exemplo, pedir para traduzir a carta de “boa viagem” da mãe de um dos atores, entre outras violações). Após 5 horas de espera, sendo ludibriados pelos oficiais da imigração, que nos diziam tudo aquilo se tratar de procedimento padrão para que pudéssemos entrar em território inglês, fomos comunicados da nossa inadmissão naquele país. A imigração alegou que não poderíamos entrar, pois não se tratava de um festival que possuía registro oficial e, portanto, o mesmo não tinha o direito de nos convidar. Sendo assim, necessitávamos de um visto de trabalho. No entanto, segundo cláusula do site de imigração londrina (no qual não consta a lista de registro dos Festivais Oficiais), é permitida a entrada no país de turistas e artistas para mostrarem o seu trabalho temporariamente, num período de 10 dias, não necessitando do visto de trabalho, já que não há remuneração. Mesmo sem o direito da palavra, dissemos isso ao oficial da imigração que, com muito cinismo e prepotência, nos replicou que poderíamos entrar como turistas, porém não naquele dia e, se quiséssemos, poderíamos voltar no dia seguinte. Ainda assim, manifestações, e pessoas do festival estavam no aeroporto tentando falar com a imigração para confirmar a veracidade das nossas informações, a falha de um documento complementar por parte do festival, bem como explicar que a nossa situação era completamente legal. A imigração, com seu radicalismo e xenofobia, não permitiu que essa comunicação fosse efetuada. A partir desse momento, a cordialidade dos oficiais ingleses transformou-se em uma hostilidade injusta e inadequada, já que estavam lidando com artistas (turistas) com documentação legal, que não haviam cometido nenhum delito. Digitais (mãos inteiras) e fotos foram tiradas de todos, e o direito de réplica nos foi negado de maneira estúpida e ameaçadora. Nos revistaram novamente, mas dessa vez de maneira agressiva. Nenhuma explicação. Agentes da segurança foram chamados para impedir qualquer manifestação da nossa parte, que apenas desejava conversar e entender o ocorrido. O pedido de tomar banho, trocar de roupas ou mesmo de fumar um cigarro foi negado rudemente, bem como a comunicação com a nossa produtora local. Os celulares foram apreendidos para que não tirássemos fotos. Em seguida, fomos escoltados por um grupo de seguranças até o momento de entrada no avião, cuidando para que não abríssemos as bagagens. Nos cercaram na zona de embarque na frente de todos os passageiros, até que os mesmos entrassem no avião. Nos sentimos envergonhados e acuados, e enquanto embarcávamos de volta, os seguranças ingleses nos davam um “tchauzinho” cínico e um sorriso sarcástico. (…)
Escrevemos essa carta para o esclarecimento dos fatos, para que não haja dúvidas e tampouco distorções a respeito do ocorrido. Sobretudo, colocamos aqui que o objetivo não é o ressarcimento financeiro, e sim a expressão de nossa tristeza, indignação e sensação de impotência, visto que nos sentimos envergonhados sem termos feito nada de errado, bem como nos sentimos fracassados e humilhados sem termos falhado. Não é possível descrever o sentimento de rejeição e injustiça gratuita que experienciamos. No mais, acima de tudo, queremos fazer jus a nossa dignidade. Chegou a hora de lutarmos efetivamente contra a xenofobia, bem como reivindicar nossos direitos de cidadãos do mundo e artistas.
Abraço a todos,
Teatro da Curva
Celso Melez, Didio Perini, Flávia Tápias, Leandro D’Errico, Mariana Blanski, Ralph Maizza, Reynaldo Thomaz, Ricardo Gelli, Tadeu Pinheiro e Walter Figueiredo.

mardi 27 juillet 2010

Michel Blay commente l'Image du monde des Babyloniens à Newton

Critique parue dans les Cahiers rationalistes, n° 606, mai-juin 2010.

L’Image du monde des Babyloniens à Newton

Le livre de Joëlle Fontaine et Arkan Simaan apporte sa pierre à l’édifice encore insuffisamment bâti de la culture scientifique en tant que cette culture participe au sens plein du terme au minimum de culture que la compréhension du monde dans lequel nous vivons aujourd’hui impose à chacun de posséder. C’est d’ailleurs ainsi que Jean Rosmorduc définit le cadre dans lequel se place cet ouvrage et en circonscrit les ambitions intellectuels dans sa préface : « Le présent ouvrage vient heureusement compléter la collection d’outils en histoire des sciences dont nous disposons aujourd’hui. Il ne prétend pas être le résultat d’un travail de recherche original , c’est une compilation souvent érudite à finalité pédagogique. »
Venons-en à sa lecture et à son contenu. Le livre est bien fait, agrémenté d’encarts techniques et explicatifs très clairs, ainsi que de brèves notices biographiques. Il parcourt d’une façon alerte une longue, très longue histoire, des Babyloniens à Newton. Bien évidemment, tout ne peut pas être dit, et le lecteur peut parfois être déçu, attendre plus de détails sur tel et tel objet et s’étonner de jugemnts parfois à l’emporte-pièce. Descartes aurait mérité, ou du moins son système des tourbillons, un traitement moins brutal, la théorie des marées de Galilée, quelques nuances en raison de son rôle déterminant dans l’économie des Dialogues, et les lois de Newton, une modernisation un peu moins galopante, etc. Ce sont là, cependant, dans le contexte et le projet de cet ouvrage, que des défauts qui restent mineurs puisque l’essentiel est bien ici de donner au lecteur un point de vue général qui serait susceptible de lui permettre ensuite d’aller plus loin.
Il importe également de noter qu’il ne s’agit pas d’une histoire générale de la physique – les domaines de l’optique, de la lumière, de la mécanique, etc. sont absents – mais une histoire de l’image du monde et de ses représentations : en cela c’est une histoire bien utile. Une histore que chacun peut lire pour s’instruire et pour mieux comprendre l’inscription de notre monde dans l’histoire toujours à reconstruire de l’humanité.
Michel Blay

mercredi 14 juillet 2010

Festival d’Astronomie de Fleurance

Du 7 au 13 août 2010 aura lieu le XXème Festival d’Astronomie à Fleurance. Voici un extrait de sa présentation officielle :

"Crée en 1991, sous le parrainage d’Hubert REEVES, ce Festival est une manifestation de culture scientifique unique en son genre, presqu’une anomalie ! Implanté en plein territoire rural, au cœur de la Gascogne il accueille chaque année la fine fleur des chercheurs dans le domaine des sciences de l’Univers. Plus de 300 s’y sont déjà retrouvés et pas des moindres : prix Nobel, professeurs au Collège de France, directeurs de centres de recherche…
L’originalité de la manifestation tient pour partie à son extrême convivialité : les invités ne se contentent pas de venir faire leur conférence pour repartir dans la foulée ; ils débarquent le plus souvent en famille et s’installent pour la semaine : la meilleure façon pour les participants et la population locale d’échanger avec eux et de découvrir leur métier, qui est aussi, souvent, leur passion.
Rencontre avec les scientifiques, le Festival de Fleurance constitue également une rencontre inédite avec la Nature, un moment d’émotion esthétique devant la beauté du ciel et des paysages du Gers, parce que l’astronomie ne dévoile pas que les mystères du monde, elle en révèle aussi la beauté."


Programme du Festival d’Astronomie de Fleurance

J’y donnerai le 8 août une conférence sur le thème:
L’Image du Monde de Babylone à Copernic dans le cycle « Art et Science ».

Jean-Luc Dauvergne commente l'Image du Monde

Jean-Luc Dauvergne, auteur de plusiers ouvrages d'initiation à l'observation du ciel, a commenté ainsi L'Image du monde, des Babyloniens à Newton pour le site de la revue Ciel et Espace
Ciel et Espace Lecture

"Cet ouvrage [L'Image du Monde des Babyloniens à Newron] retrace l'évolution des représentations du monde de l'Antiquité jusqu'à Newton. Accessible et éclairé par un regard historique, scientifique et philosophique, il constitue une bonne synthèse. Il complète L'image du monde, de Newton à Einstein, sorti en 2005."
Jean-Luc Dauvergne

dimanche 23 mai 2010

Bem escrito e emocionante

Uma amiga, Ana Lagoa, após haver jogado fora papeis acumulados antes de mudar de casa, escreveu-me:


Para mudar no sábado para Teresópolis, estou há 4 dias rasgando agendas antigas desde 1996.
Fui das mais recentes para trás. Achei as primeiras pautas da Futura, as reuniões na Teleducação, o JB (99, uma agenda cheia). Agorinha terminei. Na de 1996.
Lá estão todas as sementes do que me tornei e o que fiz.
Estão as fontes de educação que reuni para a assessoria da TV. E no telejornal de educação que fazia naquele ano.
Tem listas e listas de providencias estratégicas e operacionais, e eu nem chamava disso.
Estava tudo ali já delineado, o perfil de coordenação, de gestão. O fazer do jornalismo educativo na TV, as deficiências encontradas; as sugestões, os conflitos de vaidades. Tudo está ali e vai num crescendo ano após ano e depois vai num decrescendo.
As agendas vão ficando vazias, esmorecendo, perdendo o elã pelos temas, pelos encontros, pelas fontes.
Nomes se repetem, temas retornam como num ciclo sem viço.
Os cenários, pessoas e pautas seguem as mesmas, mas eu ia mudando nesses 14 anos e me tornando o que sou hoje.
Há poemas também, e um deles fala sobre pessoas que limpam palavras.

Há pobres que limpam chão.
Eu limpo palavras.
Gastei nisso a vida:
Limpando palavras dos outros.
Durmo com meus sonhos
Meus pensamentos
Minhas próprias palavras
Pois elas não têm preço no mercado"
(25 de julho de 1996)

Pouco antes de completar 14 anos, encerrei a carreira de limpar palavras. Talvez agora possa acordar e escrever as minhas, mesmo que não tenham preço. Já não importa ter ou não preço.

dimanche 18 avril 2010

Xingu Vivant pour toujours / Xingu Vivo para sempre

Voici un appel en extrême urgence du Mouvement Xingu Vivant pour Toujours (Movimento Xingu Vivo para sempre), un appel à la résistance au projet dévastateur de construction d’un barrage à Altamira, en pleine cœur de la forêt amazonienne, barrage qui entraînera la submersion de centaines de milliers d’hectares de forêt, la disparition de nombreuses espèces de poissons migrateurs, l’anéantissement de plusieurs villages et tribus indigènes. Tout cela uniquement pour satisfaire l’appétit de certaines entreprises voraces en énergie, prédatrices de la nature, qui ne voient la noblesse que là où resplendit l’argent.
Les peuples du Xingu comptent sur nous. Merci de diffuser leur appel et d’envoyer une lettre de protestation au président de la République du Brésil.
Pour plus d’informations en français, vous pouvez vous reporter au site : http://www.icrainternational.org/urgence/374
Pour signer la pétition ci-dessous :
http://www.aldeah.org/fr/signez-petition-contre-catastrophe-annoncee-pour-rio-xingu-amazonie-bresilienne


A l’Excellentissime Président de la République du Brésil
Monsieur Luis Inácio Lula da Silva


Excellentissime Monsieur Le Président,


Nous souhaitons exprimer, avec un caractère d’urgence absolue, notre désaccord avec la construction du barrage hydroélectrique de Belo Monte, sur le rio Xingu, au coeur de l’Amazonie brésilienne.


Nous sommes solidaires des peuples indigènes, des populations traditionnelles et des centaines de personnes qui depuis 1989, à Altamira, s’expriment contre la construction de ce barrage.


Nous ne pouvons être d’accord avec cette décision désastreuse qui:


- se propose de détruire quasi 1000 km2 de biodiversité, déchirant la forêt par des chantiers de travaux et de routes, déboisant et inondant les terres;


- va ouvrir la porte à la destruction de l’exceptionnelle diversité culturelle existante dans la région, qui réunit plus de dix ethnies, trois troncs linguistiques, y compris des langues menacées d’extinction, ainsi que des populations traditionnelles et quilombolas;


- va détruire le travail au total de plus de 30 000 personnes dont les maisons et terres seront inondées;


- - va détruire les ressources de pêche sur plus de 100 km du fleuve Xingu, en aval du barrage, et éteindre des espèces de poissons migratoires et quelônios;


- va provoquer une augmentation des maladies comme la malaria, la leishmaniose et des arboviroses inconnues. En plus des risques d’arboviroses, des études indiquent que la prolifération de moustiques agressifs mènera à l’apparition de véritables invasions, plus graves que celles qui sont apparues au barrage de Tucuruí;


- va enterrer ou inonder plus de 100 sites archéologiques et diverses cavernes;


- va introduire au cœur de la forêt plus de 50 000 personnes, travailleurs migrants, avec et sans emploi, qui après les travaux avanceront dans le territoire, provoquant davantage de déforestation et de destruction;


Et il y a plus, Monsieur Le Président: est annoncée la vente de l’usine hydroélectrique, sans la licence environnementale prévue par la loi et sans entendre les populations indigènes, comme le prévoit la Constitution brésilienne, dont votre Excellence est le principal gardien.


Monsieur le Président, nous constatons que le gouvernement n’évalue pas correctement la dimension de désastre socio-environnemental et de dégâts politiques, au niveau national et international, qui découleront de cette décision inconséquente, qui méprise les peuples de la forêt, les citoyens brésiliens conscients et la responsabilité environnementale.


Nous ne pouvons accepter que le gouvernement réalise cette oeuvre pharaonique pour servir les intérêts de groupes, au détriment de milliers de personnes qui habitent le long du Xingu.


Nous réclamons que Votre Excellence décide et annonce à la Nation et au Monde que votre gouvernement ne pactise pas avec les intérêts et lobbies préjudiciables au patrimoine social et environnemental du Peuple Brésilien. Nous réclamons que Votre Excellence soutienne le développement durable de la région, avec une responsabilité sociale, économique et écologique. Les Peuples du Xingu ne veulent pas la destruction de leur rivière et de leurs richesses. Ils veulent un Xingu vivant pour toujours.


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Ao Excelentíssimo Presidente da República do Brasil
Senhor Luis Inácio Lula da Silva.
Excelentíssimo Senhor Presidente,


Vimos expressar, em caráter de absoluta urgência, o nosso inconformismo com a construção da barragem de Belo Monte, no Rio Xingu, no coração da Amazônia Brasileira.


Estamos solidários aos povos indígenas, às populações tradicionais e às centenas de pessoas que, desde 1989, em Altamira, manifestam-se contra a construção desta Barragem.


Não podemos concordar com esta desastrosa decisão que:


- pretende destruir quase 1 mil km² de biodiversidade, rasgando a floresta com canteiros de obras e estradas, desmatando e inundando terras;


- vai abrir a porta para a destruição da excepcional diversidade cultural existente na região, que reúne mais de 10 etnias, três troncos lingüísticos, inclusive com línguas ameaçadas de extinção, além de populações tradicionais e quilombolas;


- vai destruir o trabalho acumulado de mais de 30 mil pessoas que terão suas casas e suas terras inundadas;


- vai destruir os recursos pesqueiros de mais de 100 km do rio Xingu, à jusante da barragem, além de extinguir espécies de peixes migratórios e quelônios;


- vai provocar aumento de doenças, como a malária, a leishmaniose e arboviroses desconhecidas. Além dos riscos das arboviroses, estudos indicam que a proliferação de mosquitos agressivos, levará ao aparecimento de verdadeiras pragas, mais graves do que as ocorridas na Hidrelétrica de Tucuruí;


- vai soterrar ou inundar mais de 100 sítios arqueológicos e diversas cavernas;


- vai introduzir no coração da floresta mais de 50 mil pessoas, trabalhadores migrantes, com e sem emprego, que depois da obra avançarão pelo território, provocando mais desmatamento e destruição.


E tem mais, Senhor Presidente: - que anuncia o leilão da usina hidrelétrica, sem a licença ambiental prevista por lei e sem ouvir as populações indígenas, como reza a Constituição Brasileira, da qual Vossa Excelência é o principal guardião.


Senhor Presidente, constatamos que o governo não está avaliando corretamente a dimensão do desastre socioambiental e do desgaste político, nacional e internacional, que decorrerão desta inconseqüente decisão, que despreza os Povos da Floresta, os cidadãos brasileiros conscientes e a responsabilidade ambiental.


Não podemos aceitar que o governo faça essa obra faraônica para atender interesses de grupos, em detrimento de milhares de pessoas que moram ao longo do Xingu.


Conclamamos Vossa Excelência a decidir e anunciar à Nação e ao mundo que o seu Governo não compactua com interesses e lobbies lesivos ao patrimônio social e ambiental do Povo Brasileiro. Conclamamos Vossa Excelência a apoiar o desenvolvimento sustentável da Região, com responsabilidade social, econômica e ecológica. Os Povos do Xingu não querem a destruição de seu rio e de suas riquezas. Querem um Xingu Vivo para Sempre!

mercredi 31 mars 2010

Un peu d'humour

Petites annonces de Pierre DAC

RENCONTRES
- Astronaute recherche femme lunatique.
- Artificier cherche femme canon.
- Sourd rencontrerait sourde pour trouver terrain d'entente.
- Jeune homme désintéressé épouserait jeune fille laide méme fortunée.
- Abeille épouserait frelon. Lune de miel assurée.

EMPLOI

- Metteur en scène cherche nain pour rôle dans court métrage.
- On recherche deux hommes de paille (1 grand, 1 petit) pour tirage au sort.
- Cannibale mélomane cherche travail dans opéra-bouffe.
- Offre bonne place de gardien de vaches. Paiement par traites.
- Inventeur produit amaigrissant cherche grossiste.



ACHAT - VENTE
- Cause fausse alerte, vends cercueil en ébéne, jamais servi.
- Chien à vendre : mange n'importe quoi. Adore les enfants.
- A vendre robe de mariée portée une seule fois par erreur.



SERVICES
- Analphabète ? Ecrivez-nous dés aujourd'hui pour obtenir une brochure gratuite sur nos formations accélérées.



DIVERS
- Homme sans histoires recherche éditeur pour devenir écrivain.
- Souffrant d'insomnies, échangerais matelas de plumes contre sommeil de plomb.
- Échangerais voiture de sport endommagée contre chaise roulante en bon état.
- Perdu partie haute d'un dentier. Merfi de le reftituer à fon propriétaire auffitôt que poffible.

samedi 13 février 2010

La course à la longitude

Je vous invite à venir nombreux le 23 février 2010 au Planétarium de Vaulx-En-Velin pour assister à ma conférence La course à la longitude et à un spectacle animé par "Les atéliers du Capricorne".

jeudi 11 février 2010

Lettre d’une femme courageuse

Extraits de la lettre de Djemila Benhabib (auteure de Ma vie à contre-Coran : une femme témoigne sur les islamistes) lue au Palais du Luxembourg, le 13 novembre 2009, lors de la journée "Femmes debout", organisée par Femmes Solidaires et la Ligue du Droit International des Femmes. Cette lettre fut lue devant les sénateurs et le député-maire PCF de Vénissieux, André Gerin, président de la Mission d’information parlementaire sur le port de la burka.

« Chers amis,
« Merci mille fois de ce grand honneur que vous me faites, aujourd'hui, de me consacrer parmi les Femmes debout et de permettre à ma voix, celle d'une femme de culture musulmane féministe et laïque de résonner dans cette prestigieuse institution de la République. Merci à vous, mes amies de Femmes solidaires et de la Ligue du droit international des femmes pour votre travail acharné, permanent et indispensable que ce soit dans les quartiers, auprès des femmes victimes de violences et discriminations, des sans papiers ou encore au sein des politiques et des instances onusiennes. […]
« Voilà encore quelques années, je n'aurais jamais imaginé que ma vie de femme, que ma vie de militante serait si intimement liée au féminisme et à la laïcité. Je vous surprendrai peut-être en vous avouant que je ne suis pas devenue féministe en tournant les pages du Deuxième Sexe, ni en me plongeant dans ce magnifique roman d'Aragon, Les Cloches de Bâle, où il était question entre autres de Clara Zetkin et de Rosa Luxembourg, deux figures de proue du féminisme et de la paix dans le monde. Je ne suis pas devenue laïque en m'abreuvant de Spinoza, de Ibn Al-Arabi, de Descartes, de Ibn Khaldoun, ou de Voltaire, mon maître. Absolument pas.
« J'aurais pu tourner mon regard ailleurs pour me perdre dans cette enfance si heureuse que j'ai eue dans une famille généreuse, cultivée, ouverte sur le monde et sur les autres, profondément engagée pour la démocratie et la justice sociale. […] J'ai choisi de voir et d'écouter d'abord avec mes yeux et mes oreilles d'enfant. Plus tard, j'ai choisi de dire les aspirations de toutes ces femmes qui ont marqué ma vie pour que plus jamais, plus aucune femme dans le monde, n'ait honte d'être femme. […]
« En 1984, l 'Algérie adopte un code de la famille inspiré de la charia islamique. J'ai 12 ans à cette époque. Brièvement, ce code exige de l'épouse d'obéir à son mari et à ses beaux-parents, permet la répudiation, la polygamie, destitue la femme de son autorité parentale, permet à l'époux de corriger sa femme et en matière d'héritage comme de témoignage, l'inégalité est érigée en système puisque la voix de deux femmes équivaut à celle d'un homme tout comme les parts d'héritage.
[…]
« Pour ce qui est de la laïcité, j'ai compris sa nécessité lorsque, au tout début des années 1990, le Front islamique du salut (FIS) a mis à genoux mon pays l'Algérie par le feu et par le sang en assassinant des milliers d'Algériens. Aujourd'hui, on est forcé de constater que les choses n'ont pas tellement changé.
« Trop de femmes dans le monde se font encore humilier, battre, violenter, répudier, assassiner, brûler, fouetter et lapider. Au nom de quoi ? De la religion, de l'islam en l'occurrence et de son instrumentalisation. Pour refuser un mariage arrangé, le port du voile islamique ou encore pour avoir demandé le divorce, porté un pantalon, conduit une voiture et même avoir franchi le seuil de la porte sans la permission du mâle, des femmes, tant de femmes subissent la barbarie dans leur chair. Je pense en particulier à nos sœurs iraniennes qui ont défilé dans les rues de Téhéran pour faire trembler l'un des pires dictateurs au monde : Ahmadinejad. Je pense à Neda, cette jeune Iranienne assassinée à l'âge de 26 ans. Nous avons tous vu cette image de Neda gisant sur le sol, le sang dégoulinant de sa bouche. Je pense à Nojoud Ali, cette petite Yéménite de 10 ans, qui a été mariée de force à un homme qui a trois fois son âge et qui s'est battue pour obtenir le droit de divorcer, et qui l'a obtenu. Je pense à Loubna Al-Hussein qui a fait trembler le gouvernement de Khartoum l'été dernier à cause de sa tenue vestimentaire...
« La pire condition féminine dans le globe, c'est celle que vivent les femmes dans les pays musulmans. C'est un fait et nous devons le reconnaître. C'est cela notre première solidarité à l'égard de toutes celles qui défient les pires régimes tyranniques au monde. Qui oserait dire le contraire ? Qui oserait prétendre l'inverse ? Les islamistes et leurs complices ?
« Certainement, mais pas seulement.
« Il y a aussi ce courant de pensée relativiste qui prétend qu'au nom des cultures et des traditions nous devons accepter la régression, qui confine l'autre dans un statut de victime perpétuelle et nous culpabilise pour nos choix de société en nous traitant de racistes et d'islamophobes lorsque nous défendons l'égalité des sexes et la laïcité. C'est cette même gauche qui ouvre les bras à Tarik Ramadan pour se pavaner de ville en ville, de plateau de TV en plateau de TV et cracher sur les valeurs de la République.
« Sachez qu'il n'y a rien dans ma culture qui me prédestine à être éclipsée sous un linceul, emblème ostentatoire de différence. Rien qui me prédétermine à accepter le triomphe de l'idiot, du sot et du lâche, surtout si on érige le médiocre en juge. Rien qui prépare mon sexe à être charcuté sans que ma chair en suffoque. Rien qui me prédestine à apprivoiser le fouet ou l'aiguillon. Rien qui me voue à répudier la beauté et le plaisir. Rien qui me prédispose à recevoir la froideur de la lame rouillée sur ma gorge. Et si c'était le cas, je renierais sans remords ni regret le ventre de ma mère, la caresse de mon père et le soleil qui m'a vu grandir.
« L'islamisme politique n'est pas l'expression d'une spécificité culturelle, comme on prétend ça et là. C'est une affaire politique, une menace collective qui s'attaque au fondement même de la démocratie en faisant la promotion d'une idéologie violente, sexiste, misogyne, raciste et homophobe.
« Nous avons vu de quelle façon les mouvements islamistes, avec la complicité, la lâcheté et le soutien de certains courants de gauche cautionnent la régression profonde qui s'est installée au cour même de nos villes. Au Canada, nous avons tout de même failli avoir les tribunaux islamiques. En Grande-Bretagne c'est déjà la norme dans plusieurs communautés. D'un bout à l'autre de la planète, le port du voile islamique se répand et se banalise, il devient même une alternative acceptable aux yeux de certains car c'est tout de même mieux que la burqa !
« Que dire de la démission des démocraties occidentales sur des enjeux primordiaux à la base du vivre-ensemble et de la citoyenneté tels que la défense de l'école publique, des services publics et de la neutralité de l'État ? Que dire des reculs en matière d'accessibilité à l'avortement ici même en France ?
[…]
« Rappelez-vous une chose : lorsque la religion régit la vie de la cité, nous ne sommes plus dans l'espace du possible, nous ne sommes plus dans le référentiel des doutes, nous ne sommes plus dans le repère de la Raison et de la rationalité si chères aux Lumières. Séparer l'espace public de l'espace privé en réaffirmant la neutralité de l'État me semble indispensable, car seule la laïcité permet de se doter d'un espace commun, appelons-le un référentiel citoyen, loin de toutes croyances et de toutes les incroyances, pour prendre en main la destinée de la cité.
« Monsieur Gérin, c'est à vous que je m'adresse, je voudrais vous parler, vous dire la peur que j'ai connu le 25 mars 1994 alors que j'habitais à Oran, en Algérie et que le Groupe islamique armé (GIA) avait ordonné aux femmes de mon pays le port du voile islamique. Ce jour-là, j'ai marché la tête nue ainsi que des millions d'autres Algériennes. Nous avons défié la mort. Nous avons joué à cache-cache avec les sanguinaires du GIA et le souvenir de Katia Bengana, une jeune lycéenne âgée de 17 ans assassinée le 28 février 1994 à la sortie de son lycée planait sur nos têtes nues. Il y a des événements fondateurs dans une vie et qui donnent une direction particulière au destin de tout un chacun. Celui-là, en est un pour moi. Depuis ce jour-là, j'ai une aversion profonde pour tout ce qui est hidjab, voile, burqa, niqab, tchador, jilbab, khimar et compagnie. Or, aujourd'hui vous êtes à la tête d'une commission parlementaire chargée de se pencher sur le port du voile intégral en France.
[…]
« Je dois vous avouer que je ne suis pas féministe et laïque par vocation, je le suis par nécessité, par la force des choses, par ces souffrances qui imprègnent mon corps car je ne peux me résoudre à voir l'islamisme politique gagner du terrain ici même et partout dans le monde. Je suis devenue féministe et laïque à force de voir autour de moi des femmes souffrir en silence derrière des portes closes pour cacher leur sexe et leur douleur, pour étouffer leurs désirs et taire leurs rêves.
>
> Il fut un temps où on s'interrogeait en France sur le port du voile islamique à l'école. Aujourd'hui, il est question de voile intégral. Au lieu d'élargir la portée de la loi de 2004 aux établissements universitaires, nous débattons sur la possibilité de laisser déambuler dans nos rues des cercueils. Est-ce normal ? Demain, peut-être c'est la polygamie qui sera à l'ordre du jour. Ne riez pas. Cela s'est produit au Canada et il a fallu que les cours (de justice) s'en mêlent. Car après tout la culture à bon dos lorsqu'il s'agit d'opprimer les femmes. Ironie du sort, j'ai constaté dans plusieurs quartiers que les jupes se rallongent et disparaissent peu à peu. La palette des couleurs se réduit. Il est devenu banal de camoufler son corps derrière un voile et porter une jupe, un acte de résistance. C'est tout de même une banlieue française qui est le théâtre du film /La Journée de la jupe./ Alors que dans les rues de Téhéran et de Khartoum, les femmes se découvrent de plus en plus, au péril de leur vie, dans les territoires perdus de la République française, le voile est devenu la norme. Que se passe-t-il ? La France est-elle devenue malade ?
« Le voile islamique est souvent présenté comme faisant partie de « l'identité collective musulmane ». Or, il n'en est rien. Il est l'emblème de l'intégrisme musulman partout dans le monde. S'il a une connotation particulière, elle est plutôt politique surtout avec l'avènement de la révolution islamique en Iran en 1979. Que l'on ne s'y trompe pas, le voile islamique cache la peur des femmes, de leur corps, de leur liberté et de leur sexualité.
« Pire encore, la perversion est poussée à son paroxysme en voilant des enfants de moins de cinq ans. Il y a quelques temps, j'essayais de me rappeler à quel moment précisément, en Algérie, j'ai vu apparaître ce voile dans les salles de classe. Pendant mon enfance et jusqu'à mon entrée au lycée, c'est-à-dire en 1987, le port du voile islamique était marginal autour de moi. À l'école primaire, personne ne portait le hidjab, ni parmi les enseignants, ni surtout parmi les élèves.
[…]
« A propos de mémoire, de quoi la France devrait-elle se souvenir ? Quelle est porteuse des Lumières. Que des millions de femmes se nourrissent des écrits de Simone de Beauvoir dont le nom est indissociable de celui de Djamila Boupacha. C'est peu dire. Il ne fait aucun doute pour moi que la France est un grand pays et ceci vous confère des responsabilités et des devoirs envers nous tous, les petits. C'est d'ailleurs pour cela qu'aujourd'hui, tous les regards sont tournés vers votre commission et que nous attendons de vous que vous fassiez preuve de courage et de responsabilité en interdisant le port de la burqa.
[…]
« Il faut comprendre par là que nos droits sont des acquis fragiles à défendre avec acharnement et qu'ils sont le résultat de luttes collectives pour lesquelles se sont engagés des millions de femmes et d'hommes épris de liberté et de justice. J'ose espérer, monsieur Gérin, que la commission que vous présidez tiendra compte de tous ces sacrifices et de toutes ces aspirations citoyennes à travers le monde et les siècles.
« A vous chers amis, s'il y a une chose, une seule, que je souhaiterais que vous reteniez de ces quelques mots, c'est la suivante. Entre une certaine gauche démissionnaire, le racisme de l'extrême droite et le laisser-faire et la complicité des gouvernements nous avons la possibilité de changer les choses, plus encore nous avons la responsabilité historique de faire avancer les droits des femmes. Nous sommes, en quelque sorte, responsables de notre avenir et de celui de nos enfants. Car il prendra la direction que nous lui donnerons. Nous, les citoyens. Nous, les peuples du monde… Par nos gestes, par nos actions et par notre mobilisation. Toutes les énergies citoyennes sont nécessaires d'un pays à l'autre au-delà des frontières. L'avenir nous appartient. La femme est l'avenir de l'homme disait Aragon. S'agissant d'homme, je veux en saluer un présent aujourd'hui, c'est mon père à qui je dois tout.
« Et je finirai par une citation de Simone de Beauvoir : «On a le droit de crier mais il faut que ce cri soit écouté, il faut que cela tienne debout, il faut que cela résonne chez les autres. »
« J'ose espérer que mon cri aura un écho parmi vous. »
Djemila Benhabib

dimanche 31 janvier 2010

L'Image du Monde des Babyloniens à Newton


La troisième édition de L'Image du Monde des Babyloniens à Newton vient de paraître (janvier 2010):