lundi 21 avril 2008

Que falta ele faz !

Elizabeth Lorenzotti acaba de publicar Suplemento Literário – Que falta ele faz (Imprensa Oficial, São Paulo, 2008) magnífica obra sob vários pontos de vista; seu formato, o papel utilizado e a qualidade de impressão a classificam na categoria dos belos livros, daqueles que temos prazer em presentear. Mas além desses aspectos, é o conteúdo que merece os maiores elogios. Não apenas pelo estilo da autora, mas também – e sobretudo – por contar às gerações atuais a história de um caderno literário brasileiro que aparecia aos sábados com o jornal “O Estado de S. Paulo”, entre 1956 e 1974. É ele que provoca a exclamação: “Que falta ele faz”.
Criado por Antonio Candido e editado por Décio de Almeida Prado, dois eminentes intelectuais brasileiros, este semanário passava em revista as informações culturais sem se preocupar com o imediatismo. Como afirmava Décio de Almeida Prado na apresentação do primeiro número: “(O Suplemento) pode se dar ao luxo de considerar uma crônica dos amores de um rapaz de 18 anos e de uma moça de 15, na Verona pré-renascentista, do que qualquer fato de última hora, pelo motivo de que as crises, as guerras, até os impérios, passam com bem maior rapidez do que os mitos literários, muitos dos quais vêm acompanhando e nutrindo a civilização ocidental há pelo menos trinta séculos”.
Exceção de seus oito primeiros anos, este caderno surgiu durante um período negro da história brasileira. A meia-noite do século em matéria de democracia. Ora, em 1961, mais precisamente a partir da renúncia de Jânio Quadros, o Estadão, também “começou a conspirar com os militares e a manipular informações”, segundo Cláudio Abramo, um de seus jornalistas. Entretanto, o Suplemento Literário gozava de uma surpreendente liberdade de ação, mesmo durante as lutas estudantis contra o regime militar. Em 1968, Leyla Perrone-Moisés, por exemplo, escreveu um artigo entusiasmado com a Revolução Cultural chinesa. Tendo pedido como ilustração da matéria uma foto de Mao Tsé Tung, viu recusada unicamente esta parte: “Era evidente que as idéias de maio de 1968 não eram do gosto de um jornal conservador, embora democrático, como o Estadão. Mas que jamais fui censurada, isso jamais.”
Eis porque nós, que combatíamos a ditadura na clandestinidade, éramos tão ligados ao Suplemento Literário. É verdade que ele nos faz falta.
Arkan Simaan







Traduction du texte ci-dessus.
Elizabeth Lorenzotti vient de publier Suplemento Literário – Que falta ele faz (Imprensa oficial, São Paulo, 2008), ouvrage magnifique à plusieurs égards : son format, le papier utilisé et la qualité de l’impression le classent dans la catégorie des beaux livres, de ceux qu’on a plaisir à offrir. Mais au-delà de l’aspect, c’est le contenu qui mérite le plus d’éloges. Pas seulement pour le style de l’auteur mais aussi – et surtout – par le rappel aux générations actuelles d’un cahier littéraire qui apparaissait les samedis avec le quotidien O Estado de São Paulo de 1956 à 1974. C’est lui qui mérite l’exclamation : « Qu’est-ce qu’il nous manque » (« Que falta ele faz »).
Crée par Antonio Candido et édité par Decio de Almeida Prado, deux éminents intellectuels brésiliens, cet hebdomadaire passait en revue les informations culturelles sans se soucier de l’immédiat. Comme l’affirmait Décio de Almeida Prado dans la présentation du premier numéro : « (Le Suplemento) peut se donner le luxe de considérer la chronique des amours d’un garçon de dix-huit ans et d’une fillette de quinze, à Vérone juste avant la Renaissance, plus vitale que toute autre brève de dernière minute car les crises, les guerres et même les empires s’en vont plus vite que les mythes littéraires, dont plusieurs accompagnent et nourrissent notre civilisation occidentale depuis au moins trente siècles. »
Exception faite de ses huit premières années, ce cahier parut durant la période noire de l’histoire brésilienne, le minuit du siècle en matière de démocratie. Or, en 1961, plus précisément à compter de la démission de Janio Quadros, O Estadão a, lui-aussi, « commencé à conspirer avec les militaires et à manipuler les informations », d’après Claudio Abramo, l’un de ses journalistes. Cependant, le Suplemento Literário jouissait toujours d’une étonnante liberté de ton y compris lors des troubles étudiants contre le régime militaire. En 1968, Leyla Perrone-Moisés, par exemple, y écrivit un article enthousiaste pour la Révolution culturelle chinoise. Ayant demandé son illustration par une photo de Mao Tsé-Tung, elle s’est vu refuser uniquement le portrait : « C’était évident que les idées de mai 1968 n’étaient pas du goût d’un journal conservateur, bien que démocratique, comme O Estadão. Mais je n’ai jamais été censurée… jamais. »
Voici pourquoi, nous qui combattions la dictature dans la clandestinité, étions si attachés au Suplemento Literário. Il est vrai qu’il nous manque.
Arkan Simaan
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Amazônia Brasileira – agrava-se o desmatamento

Tradução do artigo "Amazonie Brésilienne – La déforestation s’aggrave"
de Annie Gasnier, Le Monde, 1 de março de 2008. (Para as imagens, ver abaixo)

Oficialmente, a meta do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, é chegar ao “desmatamento zero” da Amazônia. Mas o Brasil ainda está longe deste objetivo. As destruições recomeçaram fortemente por voltas de agosto ou setembro de 2007.
A floresta foi aniquilada em mais ou menos 7 000 km2 para abrir campo para a soja, o gado e a cana de açúcar, constatou, em janeiro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), baseado em fotos de satélites.
Assim, entre agosto de 2007 e julho de 2008, a desflorestação talvez aumente 34%, sendo que as autoridades brasileiras se gabavam na conferencia sobre o clima em Bali, em dezembro de 2007, de a terem parado, visto que elas tinham cifras indicando um recuo das destruições nos últimos três anos.
O presidente Lula da Silva pediu medidas urgentes para inverter a tendência. Em 26 de fevereiro, a polícia federal lançou uma vasta operação apoiada por 300 homens (que serão mil no começo de abril), para combater o desmatamento ilegal nos estados mais atingidos: Pará, Mato Grosso e Rondônia.
Não menos do que treze ministros estão encarregados de lutar contra o desmatamento da Amazônia, mas eles não adotam a mesma atitude. O governo está esquartejado entre dois desafios: preservar a floresta tropical e favorecer o crescimento econômico.
Duas mulheres simbolizam este dilema na cúpula. Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, nascida na Amazônia e aureolada com um passado ao lado do militante assassinado, Chico Mendes. Mas, frequentemente, ela cedeu diante de pressões. Assim, ela autorizou a construção de duas centrais elétricas no Madeira, um afluente do Amazonas. A outra, Dilma Roussef, Chefe da Casa Civil, responsável do Plano de Aceleração do Crescimento, criado com o intuito de multiplicar as infra-estruturas no país, particularmente na Amazônia, onde encontram-se muitos projetos de estradas, de portos, e de usinas hidroelétricas.
Após o sombrio recorde ocorrido entre agosto de 2003 e julho de 2004, onde 27 429 km2 de madeira viraram fumaça, Marina Silva reorganizou a observação por satélite, mas sem dispor de meios ou de funcionários. “As multas do Estado são ridiculamente baixas e o desmatamento vai continuar”, prevê um dos diretores da Greenpeace Brasil, Sergio Leitão. De acordo com ele, somente dois por cento dos destruidores pagam as multas.

100 000 quilômetros de pistas clandestinas

“As autoridades imaginam o desenvolvimento da Amazônia com base no modelo dos anos 1950”, critica Sergio Abranches, sociólogo especializado em ecologia política. Ele dá o exemplo das estradas destinadas ao transporte de produtos agrícolas, a BR 163 entre Cuiabá e Santarém, cuja metade já é asfaltada, e a outra, que está em estudos, entre Porto Velho e Manaus.
Os dados cartográficos provam que o asfalto transforma-se em avenida de desmatamento por onde se embrenham os traficantes de madeira, os garimpeiros, os aventureiros e os agricultores. Mais ou menos 100 000 quilômetros de pistas clandestinas já foram abertas.
Marina Silva incentiva as atividades de “exploração durável” nas zonas batizadas “unidades de conservação”, e a administração vigiada das matas públicas que cobrem 40% da área florestal. Assim, 2 200 km2 de floresta em Jamari (Rondônia) serão brevemente concedidos para empresários particulares a fins de “exploração limpa”. Um começo.
Nove organizações não governamentais (ONGs), brasileiras e internacionais, elaboraram um ambicioso Pacto para a Valorização da Amazônia cujo objetivo é o de acabar com o desmatamento daqui até 2015.
“É preciso valorizar o zelo pela floresta existente e pagar os que a protegem”, reclama Adriana Ramos de uma das ONGs signatária do pacto, o Instituto Sócio-Ambiental.
O Brasil deseja mostrar que ele se preocupa com a Amazônia porque teme a internacionalização da gestão da maior floresta tropical do planeta, cujo desmatamento, por queimadas, contribui para a emissão de gás responsável pelo efeito estufa.
O autor do livro “Brasil: O Capital Natural” (não traduzido em francês), Mauro Victor, diz-se convencido que “se o Brasil não parar a destruição da Amazônia por convicção, será obrigado a fazê-lo por pressões exteriores, primeiro, econômicas e comercias e, em seguida, políticas, senão militares.”
As eleições municipais estão previstas em outubro. A Ministra do Meio Ambiente teme que os prefeitos da Amazônia fechem os olhos, este ano, sobre as destruições ilegais realizadas pelos seus eleitores.

Amazonie Brésilienne – La déforestation s’aggrave






Annie Gasnier, Le Monde, 1 mars 2008


Officiellement, l'objectif du président brésilien, Luiz Inacio Lula da Silva, est de parvenir à une "déforestation zéro" en Amazonie. Mais le Brésil en est très loin. Les destructions ont repris de plus belle entre août et décembre 2007.

Quelque 7 000 km2 de forêts ont alors été rasés, a constaté en janvier l'Institut national de recherches spatiales (INPE) sur ses relevés satellites, pour faire place au soja, au bétail et à la canne à sucre.

Au total, le déboisement entre août 2007 et juillet 2008 pourrait augmenter de 34 %, alors que les autorités brésiliennes se vantaient à la conférence sur le climat à Bali, en décembre 2007, d'avoir jugulé le phénomène, les chiffres montrant depuis trois ans un recul des destructions.

Le président Lula da Silva a réclamé des mesures urgentes pour inverser la tendance. Aussi la police fédérale a-t-elle lancé, le 26 février, une vaste opération avec 300 hommes, qui seront un millier début avril, pour combattre le déboisement illégal dans les Etats du Para, du Mato Grosso et du Rondonia, les plus concernés.

Pas moins de treize ministres sont responsables de la lutte contre la déforestation en Amazonie, mais ils ne parlent pas tous le même langage. Le gouvernement est écartelé entre deux défis : préserver la forêt tropicale et favoriser la croissance économique.

Deux femmes incarnent ce dilemme au sommet. Marina Silva, ministre de l'environnement, enfant de l'Amazonie, est auréolée de son passé aux côtés du militant assassiné Chico Mendes. Mais elle a souvent cédé aux pressions. Elle a ainsi autorisé la construction de deux centrales électriques sur le Madeira, un affluent de l'Amazone. L'autre est Dilma Rousseff, chef de cabinet du président Lula, responsable du Plan d'accélération de la croissance, élaboré pour multiplier les infrastructures à travers le pays, notamment en Amazonie, où fourmillent des projets de routes, ports et usines hydroélectriques.

Après le sombre record entre août 2003 et juillet 2004, où 27 429 km2 de bois étaient partis en fumée, Marina Silva a réorganisé la surveillance par satellite, mais sans moyens ni personnel. "Les amendes infligées par l'Etat sont ridiculement basses et le déboisement se poursuivra", prédit l'un des directeurs de Greenpeace-Brésil, Sergio Leitao. Selon lui, seulement 2 % des contraventions sont payées par les destructeurs.

100 000 KM DE VOIES CLANDESTINES

"Les autorités conçoivent le développement de l'Amazonie sur un modèle des années 1950", critique Sergio Abranches, sociologue spécialiste en écologie politique. Il cite en exemple les routes conçues pour évacuer les denrées agricoles, la BR 163 Cuiaba-Santarem, à moitié asphaltée, et celle à l'étude entre Porto Velho et Manaus.

Les relevés cartographiques prouvent que le goudron se transforme en boulevard de déboisement pour les trafiquants de bois, orpailleurs, aventuriers et agriculteurs. Quelque 100 000 km de chemins clandestins existeraient déjà.

Marina Silva encourage des activités d'"exploitation durable" dans des zones baptisées "unités de conservation", et une gestion surveillée des forêts publiques, qui couvrent 40 % de la surface forestière. Ainsi les 2 200 km2 de forêt à Jamari (Rondonia) seront bientôt cédés à des concessionnaires privés pour une "exploitation propre". Un début.

Neuf organisations non gouvernementales (ONG) brésiliennes et internationales ont élaboré un ambitieux Pacte pour la valorisation de l'Amazonie, afin d'éradiquer la déforestation d'ici à 2015. "Il faut valoriser l'entretien de la forêt sur pied et rémunérer ceux qui la protègent", plaide Adriana Ramos, de l'ONG Instituto Socioambiental, signataire du pacte.

Le Brésil veut démontrer qu'il se préoccupe de l'Amazonie de crainte d'une internationalisation de la gestion de la plus grande forêt tropicale de la planète, dont la déforestation, par brûlis, contribue à l'émission de gaz à effet de serre. Dans son ouvrage Brésil, le capital naturel (non traduit en français), l'agronome brésilien Mauro Victor se dit convaincu que "si le Brésil ne freine pas la destruction de l'Amazonie par conviction, il y sera contraint par des pressions extérieures, d'abord économiques et commerciales, puis politiques, voire militaires".

Les élections municipales sont prévues en octobre. La ministre de l'environnement craint que des maires d'Amazonie ferment les yeux, cette année, sur les destructions illégales perpétrées par leurs électeurs.


lundi 31 mars 2008

La raison, la recherche scientifique et l’avenir de la planète

Manifeste écrit par Hélène Langevin-Joliot et Edouard Brézin


L'aventure humaine ne saurait être dissociée du rôle fondamental de la raison. Cet exercice d'une fonction critique fondée sur le libre examen du réel, s'il est indispensable à la science, l'est tout autant pour faire progresser la démocratie.

Le rôle de la science et la notion même de progrès sont aujourd'hui contestés. Beaucoup reconnaissent que le progrès scientifique a contribué à rendre possible l'allongement considérable de l'espérance de vie et l'amélioration du niveau de vie moyen dans les pays développés, et dans une moindre mesure dans le reste du monde. Mais ils constatent aussi que le développement de l'économie que ces progrès ont permis n'a pas fait disparaître l'inacceptable misère qui est encore le sort de tant d'êtres humains, qu'un gaspillage des ressources et des atteintes de plus en plus graves à l'environnement l'ont accompagné. Nous savons désormais que l'avenir de la planète est en question et que l'on ne peut plus poursuivre aveuglément le modèle de développement qui a jusqu'ici servi de référence. La situation exige des changements profonds dans les priorités économiques comme dans les comportements. Elle exige aussi, avec la prise en compte du principe de précaution, celle du principe de progrès ouvrant la voie aux découvertes futures.

Le progrès scientifique n'entraîne pas automatiquement celui de la société, mais il en est plus que jamais une condition nécessaire. On ne saurait agir efficacement face aux problèmes d'environnement mondiaux, aux endémies, aux menaces de pandémie ou au sous-développement sans des efforts pour mieux comprendre notre monde, alors que certains voudraient que les chercheurs aient pour seul rôle de répondre aux préoccupations immédiates des institutions, des entreprises ou de la société. Nous appelons les communautés scientifiques à s'impliquer plus fortement dans les réflexions collectives et les actions à engager pour l'avenir de la planète. Elles sont les mieux placées, dans un effort international, pour établir et actualiser régulièrement les bilans de connaissances acquises et pointer celles à approfondir. Nous appelons à mobiliser sans frilosité les technologies disponibles, à en développer de nouvelles, à développer les débats démocratiques sur les choix à effectuer pour permettre la transition nécessaire vers un développement durable assurant une meilleure qualité de vie.

Il n'y aura pas de contribution significative de la France à de tels objectifs sans un nouvel élan à la recherche scientifique. Une politique de recherche ambitieuse ne peut réussir qu'en s'appuyant sur l'initiative des chercheurs dans les universités comme dans les centres de recherches publics ou privés, en leur donnant la parole et en les libérant du fardeau d'une bureaucratie envahissante, en soutenant vigoureusement la recherche fondamentale dans sa diversité. L'histoire montre que c'est de celle-ci que surgissent les applications de la science les plus novatrices. Des avancées réelles face aux défis posés par la préservation de l'environnement appellent de même une vision à long terme du développement de nos connaissances, sur la nature et sur les sociétés humaines, combinant projets finalisés et exploration de domaines sans rapports directs avec les préoccupations immédiates.

Les sociétés modernes ont des besoins croissants de chercheurs, d'ingénieurs et de techniciens, mais elles ont aussi impérativement besoin de citoyens formés à l'esprit et aux méthodes de la science. Nous appelons à agir pour changer une situation où la science et la recherche n'ont aucune place ou une place très réduite dans la culture générale, y compris celle des élites intellectuelles et politiques. L'enjeu est aussi important pour la démocratie que l'alphabétisation en d'autres temps. Un objectif majeur de l'enseignement, scientifique en particulier, devrait être de promouvoir l'esprit critique, la curiosité et la rigueur de raisonnement illustrés par les processus de recherche. C'est le moyen de préparer les esprits à reconnaître et rejeter les fausses sciences, de faire reculer les tentations obscurantistes et le développement d'un relativisme pernicieux. Si la science se remet perpétuellement en question, cela ne saurait signifier qu'elle efface l'œuvre du passé, elle la transforme et l'enrichit.

Nous défendons l'apport des Lumières et récusons les offensives spiritualistes en science. On ne saurait réduire celle-ci à ses aspects utilitaires en oubliant sa valeur culturelle, en sous estimant ou même en niant le rôle émancipateur du progrès des connaissances. Il n'y a pas de culture humaniste moderne sans intégration des apports de ces progrès au mouvement historique des idées, de la morale et de l'éthique. Il n'y a pas de culture humaniste moderne sans intégration des valeurs de la laïcité : la laïcité est un puissant facteur d'unité entre des citoyennes et des citoyens, croyants ou incroyants, confrontés aux mêmes difficultés, appelés à se construire un même avenir. C'est un garant du refus d'endoctrinement des esprits, de l'indépendance de la recherche scientifique par rapport aux tabous religieux ou autres, une référence pour celle des moyens de communication et des média, une garantie essentielle pour la liberté d'expression.

Nous appelons à réhabiliter le rôle de la raison dans son exercice critique. Nous appelons à une refondation des rapports de la science et de la société, au développement de la culture scientifique dans la culture générale et à la défense de la laïcité comme garantie du respect des droits de l'homme et de la liberté de penser.

Premiers signataires

• Sébastien Balibar (Directeur de Recherche au CNRS)
• Jean-Michel Bony (Membre de l'Académie des sciences)
• Pierre Berest (Directeur de recherche à l'Ecole polytechnique)
• Michel Blay (Directeur de recherche au CNRS)
• Jacques Bouveresse (Professeur au Collège de France)
• Edouard Brézin (Professeur émérite, Université Pierre et Marie Curie, Membre de l'Académie des sciences)
• Michel Broué (Directeur de l'Institut Henri Poincaré)
• Roland Douce (Professeur émérite, Université Joseph Fourier, Membre de l'Académie des sciences)
• Christian Dumas (Professeur à l'ENS - Lyon, Membre de l'Académie des sciences)
• Gérard Fussman (Professeur au Collège de France)
• Maurice Goldman (Membre de l'Académie des Sciences)
• Robert Guillaumont (Membre de l'Académie des sciences)
• Serge Haroche (Professeur au Collège de France, Membre de l'Académie des sciences)
• Jean Iliopoulos (Directeur de recherche émérite au CNRS, Membre de l'Académie des sciences)
• Pierre Joliot (Professeur honoraire au Collège de France, Membre de l'Académie des sciences)
• Jean-Pierre Kahane (Professeur honoraire à l'Université Paris XI, Membre de l'Académie des sciences)
• Philippe Kourilsky (Professeur au Collège de France, membre de l'Académie des sciences)
• Hélène Langevin-Joliot (Directrice de recherche honoraire au CNRS)
• Michèle Leduc (Directrice de recherche au CNRS)
• Hervé Le Treut (Directeur de recherche au CNRS, Membre de l'Académie des sciences)
• Roger Maynard (Professeur émérite, Université Joseph Fourier de Grenoble)
• Jean-Claude Pecker (Professeur honoraire au Collège de France, Membre de l'Académie des sciences)
• Christine Petit (Professeure au Collège de France, Membre de l'Académie des sciences)
• Michel Petit (Ingénieur général honoraire des télécommunications, Membre de l'Académie des sciences)
• Jacques Prost (Membre de l'Académie des sciences)
• Daniel Roche (Professeur au Collège de France)

Liste alphabétique des signataires:
Signataires
Pour signer le manifeste, cliquer ici:
La raison, la recherche scientifique et l’avenir de la planète

samedi 9 février 2008

Les Cahiers Pédagogiques commentent L'Ecuyer d'Henri le Navigateur

Recension parue dans le N°460 des Cahiers Pédagogiques (février 2008)

L’Écuyer d’Henri le Navigateur
Arkan Simaan, L’Harmattan, 2007.


Le thème des grandes découvertes est particulièrement fécond pour un travail interdisciplinaire. Des ouvrages jeunesse existent qui permettent de rendre vivant ce grand moment de rencontres entre civilisations, dans tous leurs aspects (échanges et destructions). Il est à signaler par exemple la publication de ce roman historique dû à un enseignant dont nous avons déjà évoqué ici les travaux en histoire des sciences. On connaît mal le personnage d’Henri le Navigateur et ce récit apporte une pièce supplémentaire à un ensemble constitué de romans d’auteurs divers, de Christian Grenier à Jean-Marc Soyez ou Brigitte Coppin.
Une collègue, Joëlle Fontaine, nous présente ainsi ce roman  : « L’aventure commence en 1415, avec la prise de Ceuta, cité musulmane du détroit de Gibraltar. Les Portugais y entendent parler de l’opulence de l’empereur du Mali et le prince Henri va alors tout mettre en œuvre pour atteindre ce pays sans passer par le territoire des Maures. Ce qui est intéressant à savoir, c’est que le prince Henri n’a jamais navigué  : il tire son surnom de « Navigateur » de l’école qu’il a fondée à Sagres, au sud du Portugal, afin de préparer « scientifiquement » les voyages qu’il projette. Le roman d’Arkan Simaan nous décrit dans le détail les prouesses extraordinaires pour l’époque que sont les premières découvertes des îles de l’Atlantique (Porto Santo, Madère, Açores) et le franchissement du cap Bojador. Moment extraordinaire de l’histoire, où les chrétiens d’Occident se trouvent face à face avec les peuplades païennes ou fraîchement islamisées d’Afrique. Moment dramatique aussi car ces peuples vont être rapidement victimes de razzias et servir de main-d’œuvre aux Portugais pour mettre en valeur les îles nouvellement découvertes. Le livre d’Arkan Simaan nous révèle ainsi que le premier marché d’esclaves africains tenu par des Européens eut lieu à Lagos, au sud du Portugal, en 1444, donc bien avant la découverte des Amériques. »

Jean-Michel Zakhartchouk

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L’Écuyer d’Henri le Navigateur

jeudi 31 janvier 2008

Nicolas Mathey commente L’Écuyer d’Henri le Navigateur

Article publié dans L'Humanité du 29 janvier 2008

De la cour du roi du Portugal jusqu’aux flots noirs de la « Mer ténébreuse », nous voilà embarqués dans la première partie du XVe siècle, là même d’où l’Occident lança ses premières flèches vers des terres inconnues, aux sources de la colonisation, premier acte de la mondialisation économique. Pour nous mener sur les traces de l’infant Henri le navigateur, figure de l’histoire du Portugal, Arkan Simaan historien des sciences, nous conduit à la rencontre de ces personnages à la croisée des sciences et de l’aventure.
Contre toute attente alors, ce prince se détourna des conquêtes et des guerres en Europe, mit un pied en Afrique, à Ceuta, avant de contourner les possessions des Maures pour s’en aller vers l’or de l’empereur du Mali. Passant en 1434 le cap Bojador au large du Sénégal, il y illustre ces mots de l’infant Dom Henrique, invitant tous ses sujets à faire de la terre entière leur jardin : « Il faudra un jour que les Portugais apprennent à labourer l’océan comme ils labourent le sol. »
Fiction à fond historique, l’ouvrage est le fruit d’un long et riche travail de déchiffrage des chroniques médiévales. Si le personnage principal, écuyer de l’infant, est imaginaire et si des libertés - de volontaires déplacements de dates - ont été prises avec l’histoire réelle, le livre donne accès à des informations jusque-là ignorées. Dans sa dernière partie, il met en lumière un fait historique méconnu quoique majeur. La rencontre entre des Européens et des peuples d’Afrique subsaharienne aboutit en 1444 à la création du premier marché européen d’esclaves capturés en Afrique. Elle « porte en germe l’un des plus grands drames des siècles à venir, la traite des Noirs, qui a débuté au Portugal, sous l’égide du prince Dom Henrique, bien avant la découverte des Amériques ».
Nicolas Mathey


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L’Écuyer d’Henri le Navigateur

mercredi 30 janvier 2008

Pierre Attali commente l'Ecuyer d'Henri le Navigateur

Article paru dans Les Cahiers Rationalistes, N° 592, janvier-février 2008
Arkan Simaan est professeur agrégé de physique, mais c’est aussi un remarquable historien des idées et des sciences comme en témoignent ses ouvrages précédents tels, parmi bien d’autres, L’Image du monde des Babyloniens à Newton et L’Image du monde de Newton à Einstein, deux fresques qui retracent l’évolution des idées sur l’organisation du monde, deux ouvrages d’une écriture alerte et accessibles à tous, bien que sans concession. D’une parfaite clarté, ils témoignent d’une très grande érudition. Mais cette fois l’auteur se lance avec le même succès dans le roman historique ; d’une manière très vivante, il décrit l’histoire de la prise de Ceuta, menée dans le plus secret par les Portugais en 1415, le pillage de la ville, les nombreuses tentatives infructueuses des Maures pour la reprendre puis la découverte en 1419 des îles de la mer Océane, mer Ténébreuse à la terrible réputation, parce qu’on l’imaginait peuplée de monstres effrayants et menant à l’Enfer. Il découvre Madère cette même année, et passe le cap Bojador en 1434, le plus grand exploit maritime de l’époque, tant cette région, effrayait les marins les plus aguerris, puis la tentative désastreuse de la prise de Tanger, cité alors musulmane comme Ceuta. Histoire romancée, certes, excellent roman d’aventure mais non de fiction.
L’auteur se fonde sur des chroniques médiévales. Arkan Simaan a pu les déchiffrer car, né au Liban il émigra, à l’âge de deux ans, avec sa famille, au Brésil où il fit ses études. Sa maîtrise du portugais lui a permis de lire les chroniques de l’époque décrite, écrites en langue archaïque. Les faits qu’il nous conte sont donc tout à fait réels.
L’expédition fut menée, en grand secret, par l’infant Henri le Navigateur responsable de l’armée à Porto et son écuyer Raul Pimentel, à la recherche du Paradis Terrestre et aussi du Prêtre Jean, personnage légendaire, roi chrétien d’un royaume noir où abonderaient l’or et les pierres précieuses.
C’est à Ceuta que le prince entendit parler du fabuleux trésor de l’empereur du Mali « le plus riche des gouvernants de la région en raison de la grande quantité d’or qu’on trouverait en ses terres ». Il décida de prendre contact avec lui, choisissant la mer pour éviter de traverser le territoire des Maures, la mer Océane à la terrible réputation. Pour réaliser son projet, il fonda l’Ecole de Sagres et y fit venir le cartographe juif majorquin, Jafuda Cresques. Ainsi débutèrent les grands périples maritimes du XVe siècle. L’écuyer du prince, Raul Pimentel partit à l’aventure sur la « Mer ténébreuse ». Il franchit le cap Bojador en 1434, le plus grand exploit maritime de l’époque, à la quête du légendaire Prêtre Jean. Il navigua en longeant la côte africaine à la recherche, d’or et d’esclaves. Sous prétexte de convertir ces peuples jusque-là inconnus, ces fanatiques religieux les pourchassèrent et les capturèrent au cours de razzia pour les ramener triomphalement comme esclaves.
Une profusion d’aventures provoquées par le fanatisme religieux, la recherche de la gloire dans la guerre, la vaillance au combat étant le test de la valeur d’individus sachant à peine lire et aussi, surtout peut-être, la cupidité, la poursuite d’ennemis à dépouiller, le désir de s’enrichir par le pillage et la traite des esclaves. C’est l’occasion pour l’auteur, à maintes reprises, de lancer des traits acérés contre les religions prosélytes, de montrer leurs méfaits : « Quand une religion veut imposer sa croyance, par la force ou par le verbe, c’est moins pour permettre à d’autres individus de sauver leur âme que pour modeler une société à la convenance des puissants ».

Pierre Attali


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L’Écuyer d’Henri le Navigateur